Há três ficções diferentes em “Coraline e o Mundo Secreto”: a primeira simula realidade; a segunda forma imaginação; a terceira inventa pesadelos
Não a chamem de Caroline. É Coraline. Ela não gosta que errem seu nome. Papai e mamãe trabalham muito. Escrevem sobre jardinagem, não têm tempo para ela. A casa é grande, velha, espessa de mistérios. Acabaram de se mudar. Os vizinhos são esquisitos.
Há três ficções diferentes em “Coraline e o Mundo Secreto”, desenho animado de longa metragem, dirigido por Henry Selick. A primeira simula realidade. A segunda forma imaginações. A terceira, dilatada e assustadora, inventa pesadelos. Elas se juntam para tecer uma só presença, impalpável como a seda dos sonhos.
“Coraline” depende da profundidade ilusória e das formas invadindo a sala. Criam, diante dos nossos olhos, a vertigem de um espaço que se alarga, se contrai, se desfaz, se reconstitui.
Baseado no livro de Neil Gaiman, o filme “Coraline” é inteligente, aterrorizante e divertido. Vale a pena ler o livro e assistir ao filme. Mais legal ainda é ler o livro primeiro, é claro... e sempre e tanto... rsrs